20100904

REMISSON ANICETO



Remisson Aniceto nasceu em Nova Era, pequena e aconchegante cidade do interior de Minas, próxima à Itabira de Drummond. Desde muito cedo tomou  gosto pela leitura, incentivado pelo seu pai que não dispensava nem bula de remédio. Arredio como bicho do mato, escondia-se entre as árvores do quintal sempre que sua família recebia visitas. Ali, ficava lendo horas a fio. Começou a escrever aos oito anos e pouco depois lia alguns clássicos na biblioteca pública (não tinha condições de comprar livros). Dessa forma conheceu Machado, Cecília, Sabino, Quintana, Pessoa, Eça, Goethe, Rilke, Garcia Marquez... Seu namoro com a leitura e a escrita auxiliou muito na sua integração social. Sempr e imaginou que algum dia atravessaria as montanhas para ver o Drummond - afinal, moravam bem próximos - m as, como ele já havia advertido bem antes, "tinha uma pedra no meio do caminho". Alguns anos depois, em 1987, o poeta viajou e nunca mais reapareceu. Mudou-se para São Paulo em 1979, à procura de trabalho.  Em 1983 o jornal A Gazeta Esportiva, de São Paulo, publicou um poema seu  e em 1984 e 1985 foi premiado nos Concursos de Contos e Poesias da CMTC (SP). Nos anos seguintes continuou escrevendo - principalmente poesia  - e em 2006 conseguiu o 2º lugar no Prêmio Cataratas, da Fundação Cultural de Foz do Iguaçu (PR), com a poesia "Transição" e uma menção honrosa no Prêmio Cidadão de Poesia, de Limeira, com o mesmo trabalho. Em seguida, outra menção honrosa com o soneto "Classificado", no Prêmio Filogônio Barbosa (ES). Sua poesia "Herança" também recebeu o prêmio de edição no Prêmio Valdeck Almei da de Jesus de Poesia 2007, cujo livro está no prelo. Suas re senhas no site Leia Livro são muito comentad as e lidas nas rádios da Rede USP (SP). Sempre que tal acontece, recebe livros à sua escolha. De 1982 até 2002 teve poesias suas divulgadas em  quatro coletâneas, ambas esgotadas. Alguns sites e jornais de pequenas tiragens já estão divulgando seu trabalho. Descoberto o caminho, agora é prosseguir.
Bibliografia:
*Todo dia é dia de poesia
 iG Editores, Stella Maris/Pão-de-Açúcar - SP - (2002)
*
Novos talentos da poesia brasileira
 Forever Editora - SP -  (1995)
*Palavras de Poetas
 Physis Editora - SP -  (1997)
*
Escrevo nos espaços que me restam
 Editora Bauhaus - SP - (1982)


Para que tengan una idea de los trabajos poéticos de Remisson Aniceto a continuación pueden leer algunos poemas escogidos por elpropio autor:

Lluvia
Un cuerpo sobre la mesa -

y fuera el día llora

aguas de la tristeza


Prendas de vestir
Ropa, telas, prendas de vestir, engaños del cuerpo, mentiras, disfraces. Telas y prendas de vestir, líneas gruesas o transparente, obstrucción de caminos ...

Substancia
[Para Rosangela de Fatima]  Mi trovo tante volte pensando a te E visualizzo la tua perfetta forma di donna, di giorno a sfiorare le labbra di velluto, la notte ad accarezzare la seta dei capelli. Se sei lontano da me, giorno dopo giorno Ti trasformo nella delizia del frutto che apprezzo nella frescura dell’acqua che mi sazia la sete. E nella sostanza che mi permette il domani. Posso sentirti nella soave brezza mattutina, nei primi raggi del sole che mi riscaldano e sempre ti vedo in ogni oggetto, in ogni volto, in ogni goccia di brina della verde erba e nel battito delle ali delle rondinelle… sono piccolino davanti alla tua presenza e oscuro nella tua trasparenza, ma i miei occhi mantengo serrati mentre il giorno corre, finchè l’ora vitale non giunge finchè ti incontro, nata dal nulla, fiorita, cristallina davanti ai miei occhi e bevo dalla tazza delle tue labbra e m iscaldo al sole del tuo sorriso e mi sciolgo in infantile allegria e se ne vanno dal mio volto l’ombra e l’amarezza e tutto ciò che mi fa soffrire quando non ti ho Onda che vieni e che vai E torni nuovamente E torni a partire Ma che non si ferma mai In questo oceano di delizie che è il tuo corpo Che bagna il mio corpo Che fa nascere il sole sul mio volto. E’ la delizia, la dolcezza dei miei giorni E ad ogni ora ti aspetto Per regnare sempre nella mia vita Per la traduzione in lingua italiana ringrazio Ena Villani ed i suoi amici.

Herança
A confecção deste poema foi um caso à parte, diferente dos demais poemas meus, que normalmente levam horas, às vezes dias para ser finalizados. "Herança" veio de uma golfada; nasceu, se muito, em trinta minutos, já pronto pra se mostrar ao mundo. 
E eu morro a cada dia quando cada coisa morre. Outrora Deus me socorria; agora já não socorre... Vai um pássaro, coitadinho, de hirtas e opacas asas. Vai com ele um bocadinho da minha alegria tão rasa. Vão-se o amigo, o cão, o gato, o boi, tudo vai nesta infalível jornada. Só fica a angústia do que foi na minha memória cansada. Até um jovem filho se vai sem mesmo saber p'ra onde, na vã liberdade que atrai e mil armadilhas esconde. Nenhuma alegria perdura e todo gozo é passageiro. Só de tristeza há fartura todo dia, o ano inteiro... Quando eu me for (e será breve!) levarei comigo esta carga. Não quero que alguém herde tanta lembrança amarga.


Terapia do riso absurdo
Contraídos o risório e o zigomático, explode em ti sonora gargalhada. Do veneno do teu riso tão elástico minhas cordas também são contagiadas. Tudo em ti é motivo de euforia e até o vento faz-me cócegas passando. De tudo rimos e na falsa alegria o teu riso com o meu riso vai rimando.  Com o riso tu me enganas e eu te engano. Se sorrimos, damos bah! para a tristeza. Riamos, que o riso encobre o dano. Devemos rir, pois só o riso nos sobeja. Serão bobos? vão dizer. Somos insanos! E talvez rindo, a triste Morte não nos veja. SIN VéRTEBRAS. CíRCULO D.M.